sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Sem pré conceitos




Dia nublado, vontade de ficar na cama mais um pouco, mas hoje por obrigação da vida acadêmica, acordei cedinho e dessa vez não fui ao trabalho - INESPO fui ao Complexo de Saúde do Parque Anhanguera cobrir minha pauta sobre DST/AIDS para o Jornal ARROCHA. Saí de casa as 7:30 da manhã, peguei o moto taxi, como sempre, pois a parafernália não era pouca: câmera, bolsa, pasta com material para a aula de Telejornalismo (Não sabia se ia ter tempo de passar em casa para pegar, antes de ir para a aula a tarde), caderno e segui meu caminho rumo a mais uma cobertura jornalística, pensando eu que seria mais uma rotina, enfim não quero sobrepor fatos sobre fatos aqui.

O Complexo é a uns 10 minutos da minha casa, indo no "super" moto taxi. Cheguei lá e fui logo apresentada ao Grupo de Adesão de portadores HIV/AIDS, recebida por um exemplo de vida, o Sr. E. que convive a 20 anos com AIDS e hoje é Agente Facilitador do grupo, ele é responsável por acompanhar e dá exemplo de que é possível viver com AIDS e viver BEM. Ouvi depoimentos de grande parte dos que apareceram pelo grupo hoje, impressionante a alegria e força com que reagem ao pré - conceito dos amigos, familiares, colegas de trabalho e companheiros. Como mesmo falou o E. o mais difícil é se enxergar no outro, muitos não freqüentam o grupo por medo de lidar com a doença de frente, o que de início é difícil.

Diante de tudo isso, fiquei me questionando sobre o quanto o ser humano é podre. Quantas doenças que matam mais do que a AIDS, um câncer, por exemplo. E tem gente que só olha pra o próprio umbigo, cheios de pré conceitos, as vezes convivemos com um soro positivo e não sabem, sabem porque? Porque o medo da rejeição é grande por parte de quem é positivo, medo de perder, perder aquilo que nem mesmo se tem. De tantos que ouvi, não posso negar que me impressionei com o auto – pré conceito, eu com minha imaginação fértil, fiquei pensando como reagiria se fosse postadora, realmente não é fácil. Mas de tudo isso conclui e me alegrei e mais uma vez me encontrar com Jesus naqueles que ali estavam o chagado, oprimido.

Consegui ver em cada rosto daquele, Jesus, sem que eu percebesse Deus me guiou para o encontro de sua própria face, estava precisando ver e senti-lo novamente. Além de constatar que não me inclui no grupo que só tem tempo e espaço no próprio espelho. Obrigada Grupo de Adesão a Portadores de HIV/AIDS de Imperatriz - MA pela acolhida, encontrei em vocês o que minha família fraternal chama de DEUS.  Professor Alexandre e a minha profissão-Jornalismo obrigada por me proporcionar experiências como essa, ser testemunha da realidade do bem, de ouvir essas pessoas dizendo  “EU POSSO VIVER COM AIDS E SER FELIZ MAS COM PRÉ CONCEITO NÃO!”

Obrigada Deus por me fazer humana.


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